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A escola brasileira é desastrosa. Essa é a conclusão a que o filósofo Gustavo Bertoche chega após vinte anos de magistério. Com um texto direto e franco, Bertoche descreve os graves problemas que encontrou como aluno, professor, formador de professores e diretor escolar.
Em todos os aspectos propriamente educacionais, a nossa escola é terrível. O currículo obrigatório é, a uma só vez, impossivelmente extenso e completamente desconectado das necessidades culturais, sociais e profissionais dos estudantes. Os professores são pessimamente remunerados, o que conduz a duas graves conseqüências: os jovens que escolhem a carreira do magistério tendem a ser os mais incultos e mais desmotivados entre todos os estudantes; uma vez instalados como docentes, não dispõem de recursos financeiros para superar a sua profunda incultura e ignorância. Nas salas de aula, impera o autoritarismo e o sadismo dos mestres em relação aos seus alunos: a rotina de uma sala de aula comum é repleta de atos de controle dos corpos, de terrorismo psicológico e emocional, de humilhações diversas. E nas salas de professores é mais comum a ridicularização dos "maus alunos" do que a conversa sobre a própria Educação.
Em
Escola Brasileira: notas sobre um desastre, Bertoche mostra como todos esses elementos conduzem o nosso sistema escolar a uma situação catastrófica, cujas consequências se revelam na corrupção e na violência da própria sociedade.
Escola Brasileira: notas sobre um desastre é um livro essencial para todos os que sentem que há algo de terrível na educação no Brasil, mas nunca conseguiram expressar esse sentimento com clareza.
Gustavo Bertoche é bacharel, licenciado, mestre e doutor em Filosofia pela UERJ. É professor desde 2001. Lecionou no Ensino Básico na rede privada e na rede pública. Foi professor na Universidade Iguaçu e na Universidade Federal de Ouro Preto. Foi sócio e diretor de uma escola de Ensino Fundamental. É pai de duas crianças.