Há cerca de 800 anos, um poeta dançarino girava em êxtase místico enquanto recitava poemas a seus discípulos. Ele girava em torno de si mesmo e de um ponto imaginário. Como um planeta pequenino que, desnorteado em pleno cosmos, encontra sua base na gravidade de um sol, o poeta sempre teve Allah como alicerce, e nada do que tenha escrito ou ditado em sua vida jamais esteve dissociado do Sol dos sóis.
Seu nome era Rumi, ou Jalal ud-Din Rumi; ele foi um poeta, jurista e teólogo sufi persa do século XIII. Seu nome significa literalmente "Revelador da Religião" Jalal significa "revelador" e Din significa "religião". Rumi é, também, um nome descritivo cujo significado é "o romano", pois ele viveu grande parte da sua vida na Anatólia (atual Turquia), que era parte do Império Bizantino dois séculos antes.
Em Além das ideias de certo e errado, Rafael Arrais volta a traduzir e comentar a vasta obra poética do grande expoente do sufismo, o misticismo do Islã. Dando continuidade ao que foi iniciado em outra obra, A dança da alma, o tradutor, que hoje também é praticante do sufismo, se aprofunda ainda mais nos abismos poéticos de Rumi, enquanto aproveita para complementar o livro com alguns poemas de Shams de Tabriz (o grande amigo de Rumi) e Rabia Basri (a santa sufi que o precedeu e inspirou). Ao final, ainda temos um relato pessoal da experiência do tradutor com o sufismo no Brasil.
São mais de 100 poemas místicos à espera de serem desvelados e degustados. Boa jornada!